O investimento nas Leis de Incentivo dos maiores grupos empresariais brasileiros


Anualmente, a Revista Exame lança a publicação Maiores & Melhores, que traz dados consolidados das maiores empresas do Brasil. Essa é uma referência que constantemente nós aqui da Nexo utilizamos para fazer nossas análises dos principais investidores atuais e em potencial na área social.

Um dos dados que consideramos mais importantes nesse anuário é a relação dos maiores grupos empresariais privados do país, onde podemos verificar quais são todas as empresas coligadas e controladas por cada conglomerado. Esse tipo de análise nos permite, por exemplo, verificar como se comportam determinados grupos na utilização de incentivos fiscais, o que clarifica e traz informações pouco exploradas no momento da captação de recursos pelas organizações sociais.

Analisaremos aqui como se comportaram os cinco maiores grupos empresariais privados do Brasil nas Leis Federais de Incentivo à Cultura e ao Esporte em 2012. De acordo com dados da Exame Maiores e Melhores 2013, os maiores grupos são:

Com base nas informações apresentadas acerca das principais controladas e coligadas, fizemos buscas nas bases de dados disponíveis sobre os incentivos fiscais mencionados e chegamos a um consolidado de investimento dos grupos em questão. A consolidação das empresas que formam cada grupo foi feita pela Nexo, por meio de pesquisa em diversas fontes. Como as bases de dados existentes não consta a informação sobre o Grupo Empresarial, nossa compilação está sujeita a imprecisões. A tabela a seguir mostra quanto cada um dos grupos investiu em Cultura e Esporte no ano passado com isenção de imposto de renda.

O Bradesco, maior grupo empresarial privado brasileiro, é também o maior investidor nas leis federais de incentivo à Cultura e ao Esporte. Composto por 27 empresas identificadas nas bases de dados disponíveis, o grupo ultrapassa até mesmo a Petrobras, que é frequentemente identificada pela imprensa e por pessoas das áreas ligadas ao setor social como a principal utilizadora de leis de incentivo fiscal no Brasil (o que foi, de fato, por muitos anos até 2011).

Em 2011, a Vale esteve próxima de ultrapassar a Petrobras, então maior investidora, no ranking dos maiores utilizadores da Lei Rouanet, com cerca de R$ 112 milhões aportados porém, teve uma queda acentuada de investimentos em 2012, chegando a pouco menos de R$ 46 milhões – uma redução de 59% no montante. Essa mesma queda foi refletida no Esporte, uma vez que os mecanismos não concorrem entre si.

O mais surpreendente na lista dos cinco maiores grupos empresariais brasileiros é a completa ausência das empresas da J&F Investimentos, controladora da JBS Friboi, entre os investidores da Lei Rouanet e da Lei do Esporte. Nenhuma empresa ligada ao grupo foi encontrada nas bases oficiais aportando recursos em projetos desses mecanismos.

A Odebrecht, por sua vez, também teve uma participação relativamente discreta com incentivos fiscais, não se posicionando nem entre os 50 maiores grupos investidores em Cultura e ocupando a 31ª posição no ranking dos principais patrocinadores via Lei do Esporte.

O quinto colocado no ranking dos maiores grupos, o Santander, foi o 15º maior grupo investidor da Lei Rouanet em 2012 e o 10º no ranking da Lei do Esporte.

Comparando as listas de desempenho econômico e investimento social com incentivos fiscais, é possível perceber que a relação entre os dois fatores não necessariamente é direta, uma vez que há até mesmo uma empresa na lista que ainda não se atentou para as potencialidades ou teve barreiras para a utilização dos benefícios fiscais.

Fato é que a utilização de instrumentos de pesquisa complementares, como o anuário da Revista Exame ou outros informativos de desempenhos empresariais, é muito importante para aqueles que buscam planejar a captação de recursos para os seus projetos. A Nexo se utiliza desses instrumentos e apoia essa iniciativa nas organizações que atende.