O investimento no Esporte em Minas Gerais


No post anterior, mostramos o cenário do investimento em Cultura em Minas Gerais realizado via Lei Rouanet, revelando as suas características e potencialidades. Agora, mostraremos a situação atual do Esporte no Estado, assunto que ganha ainda mais destaque com a proximidade dos grandes eventos esportivos de 2014 e 2016 no Brasil.

De forma a identificar oportunidades de crescimento, optamos por tratar o incentivo fiscal ao Esporte em Minas num comparativo com a Cultura, uma vez que são mecanismos não concorrentes e que quem investe os 4% do imposto de renda devido em Cultura poderia investir 1% no Esporte.

Segundo dados do Ministério do Esporte, a captação de recursos para o Esporte em Minas voltou a crescer em 2011, após três anos sem apresentar nenhuma evolução, chegando a um montante de R$ 22 milhões. O Esporte representou 18% dos recursos investidos em Cultura em 2011 – considerando que 25% seria o número ideal levando em conta a proporcionalidade dos mecanismos. É importante, nesse caso, dizer que não é uma comparação tão precisa, pois as empresas podem optar por investir em projetos de diferentes estados – esse paralelo entre Esporte e Cultura se torna mais exato quando é feito tomando como base o cenário Brasil e não de uma Unidade da Federação específica.

Digna de nota é a ausência da Petrobras no Esporte em Minas. A empresa investiu “apenas” R$ 11 milhões em Esporte no Brasil em 2011, sendo que poderia ter investido mais de R$ 28 milhões, tendo como referência o investimento em Lei Rouanet. Nesse cenário de aportes reduzidos, nenhum projeto mineiro recebeu recursos da empresa no último ano, tendo São Paulo e Rio de Janeiro recebido mais de 90% do investimento.

Os patrocínios das empresas ligadas ao Governo de Minas, Cemig e Copasa, também devem ser analisados com mais detalhes. Diferentemente do que ocorre na Cultura, em que a Secretaria de Estado canaliza os recursos dessas organizações para projetos que dialogam com a política estadual, não há uma articulação entre a Secretaria de Esportes e as empresas estatais para o investimento nos projetos de interesse do Estado. Deve-se observar ainda que, no caso da Copasa, há proporcionalidade exata dos investimentos entre Cultura e Esporte e que a Cemig poderia ter investido ainda mais recursos via Lei Rouanet no último ano.

As cinco organizações que mais receberam recursos em 2011 representam quase 70% do investimento total no Estado. O Minas Tênis Clube foi o maior captador de Minas Gerais (e terceiro maior do Brasil), recebendo mais de R$ 7 milhões oriundos de 65 empresas. Destaque também para o Araxá Esporte Clube, que recebeu todos os recursos disponíveis da CBMM – reforçando o claro compromisso da empresa com sua sede. No total, 37 instituições captaram recursos para 46 projetos via Lei Federal de Incentivo ao Esporte em Minas durante 2011.